Como você sabe, somos todos diferentes e temos nossas próprias histórias, vontades e opiniões. E em nossa trajetória encontramos diversas pessoas: algumas com vivências parecidas e pensamentos que vão de encontro ao nosso. Outras, com planos completamente diferentes e opiniões que não entendemos e/ou não concordamos.
E acredito que a beleza da vida está aí: no outro, nas diferenças, no discordar.
Se todos pensássemos e fizéssemos as mesmas coisas, se tivéssemos as mesmas aspirações, sem questionarmos, como poderíamos evoluir como planeta, sociedade e individualmente?
O outro nos desafia. E, ao contrário do que muitos pensam, é possível discordar sem brigar. Está tudo bem não concordar com o outro ou ser questionado sobre seus próprios atos e opiniões. O que não pode acontecer é essa discussão, que deveria ser saudável e se transformar em aprendizado, se tornar uma briga.
Mas afinal, por que as pessoas brigam em uma discussão?
Primeiro tenha em mente que discutir não é sinônimo de brigar. O conceito de discutir está ligado ao ato de analisar e argumentar, levantar questionamentos acerca de algo, defender pontos de vista. Acho importante desmistificar a palavra discussão. Não é porque duas pessoas estão discutindo, que elas estão brigando. Entende?
Além da má-interpretação da palavra, que contribui para algo negativo, também acredito que muitos brigam durante a discussão porque não conseguem se colocar no lugar do outro, porque não têm empatia.
E a empatia é elemento-chave na comunicação não-violenta. Saber ouvir, sem julgar, procurando entender o outro e a sua história é essencial para discutir; para procurar um meio-termo entre as duas opiniões e resolver, ao invés de brigar.
Geralmente, uma discussão que termina em brigas, tem como foco defender as próprias opiniões, ao invés de chegar a uma solução. As duas pessoas estão tão focadas no que estão sentindo e pensando, que não conseguem se ouvir. Por isso a empatia se torna importante.
É possível discordar sem brigar. Quando se há respeito e empatia, quando há vontade de ouvir o outro sem julgamentos, para entendê-lo, a discussão se torna um aprendizado e se transforma em solução.
O que fazer para discordar sem brigar?
Eu acredito que existem formas de discordar sem brigar com o outro. Ainda que você seja uma pessoa “esquentada”, que precisa “controlar o Hulk interior”, saiba que há formas de expor o que pensa, a sua opinião, sem se exaltar. Então para que você passe o ano mais conectado consigo mesmo e se comunicando de forma assertiva e não-violenta, listei 5 passos para você discordar sem brigar:
1 – Está nervoso? Evite a discussão
Quando estamos de cabeça quente, o ideal é esperar. Respirar fundo, tomar aquele copo de água, entender os próprios pensamentos, para depois dizer o que sente e o que acha. Observe seu corpo. Quando você está nervoso, sente um aperto na garganta? No pescoço? O estômago dói? Nosso corpo fala e dá os indícios de que iremos nos exaltar.
Em uma discussão saudável, uma pessoa escuta a outra e vice-versa. Se as duas estão bravas, não há diálogo, há a defensão dos próprios pontos de vista. Então, ao invés de discutir de cabeça quente, diga ao outro que você não está no seu melhor dia e que precisa pensar sobre o assunto, antes de dar uma resposta. Não há do que se envergonhar ao falar isso. É muito melhor acalmar a mente, do que depois tentar remediar o que já foi dito.
2 – Concentre-se nos fatos
Quando a discussão começar a ficar mais acalorada, concentre-se nos fatos. Coloque-se no lugar do outro e, juntos, vejam o que é mais viável, o que faz sentido e é mais lógico fazer. Essa é uma dica muito boa para ambientes corporativos. Então, se você não concorda com o ponto de vista do chefe ou do colega, traga fatos: experiências que você teve executando uma tarefa da forma que ele deseja e você não concorda, dados de pesquisas, opiniões de especialistas e outros.
3 – Mantenha o tom de voz
A discussão está começando a ficar complicada? Preste atenção no seu tom de voz. Muitas pessoas, quando não concordam com o outro, acabam aumentando a voz e isso não é um bom sinal. Então, mantenha sempre o tom educado e respeitoso ao discordar. Concentre-se em ouvir e entender o outro e defender seu ponto de vista, sem se exaltar. Respire, tome uma água e, caso não consiga acalmar os ânimos, encerre a discussão – como a dica do primeiro tópico.
4 – Escute o outro
Durante a discussão, abra o coração e ouça o que o outro tem a dizer. Busque entender seu ponto de vista sem julgá-lo. Ouça de verdade, sem ser para rebater o que ele está dizendo. Quando conseguimos nos conectar com o outro e entendê-lo, fica muito mais fácil nos fazermos entender e chegarmos a um consenso. Lembre-se: empatia é tudo para uma comunicação assertiva.
5 – Não leve para o lado pessoal
Essa é uma ótima dica para discussões na empresa. Não leve a discussão para o lado pessoal. Entenda que atacar pessoalmente o outro não leva a lugar nenhum e que o importante é manter o foco na solução do problema. Ao invés de falar de crenças e estilo de vida do outro, apresente ideias e soluções. Foque em ouvir e defender seus pontos de vista com base em fatos.
Gostou das dicas? Espero que você consiga colocá-las em prática e que as suas discussões não se transformem mais em brigas. Ah, e se você quiser aprender mais sobre comunicação não-violenta, comunicação assertiva e comunicação amor/verdade, estou com turmas abertas para meu curso 100% online!
É possível discordar sem brigar, estabelecer relações mais tranquilas e comunicar o que sente com verdade e amor. A comunicação é peça-chave do sucesso no trabalho e na família, então, bora aprender mais neste ano que está iniciando? Aproveite e encaminhe este material e o link do curso para quem você ama.
Até a próxima!