Sabemos que ser líder é ter que lidar com pessoas que, muitas vezes, não convergem com a nossa maneira de liderar, com os nossos ideais e com o que esperamos de um liderado, não é mesmo? Principalmente quando se assume uma liderança que já foi de outra pessoa, é comum encontrarmos colaboradores “afrontosos”, que acabam reagindo de forma agressiva às lideranças. Geralmente, são colaboradores que não colaboram para o time, costumam ser irritados e, por diversas vezes, se colocam como vítimas em determinadas situações. Mas, reflita: será que não são? Vítimas da sua história, das bagagens que carregam, de lideranças anteriores e dos seus próprios sentimentos. Para liderar com sabedoria é necessário, antes de tudo, entender que as pessoas são diferentes e que cada uma viveu uma história.
Embora, talvez, em um time novo, você nunca teria escolhido pessoas com este perfil “difícil” de trabalhar, precisa aprender a lidar com elas de maneira profissional. Lembre-se que, se você olhar de forma mais profunda, são essas pessoas que te trarão lições importantes para a sua liderança. Liderar na adversidade também é necessário.
Mas, como fazer com que essas pessoas respeitem a sua posição? Pra começar é preciso calma, muita calma. E depois, o que você pode fazer é seguir algumas destas sete dicas que preparei pra você?
1. Transparência no diálogo, na hora de liderar pessoas difíceis: um desafio necessário
Isso mesmo! Sem rodeios, mas sem discussão com pessoas difíceis. É necessário realizar uma conversa franca, quando se tem este tipo de problema. É preciso se mostrar disposto a ajudar, disposto a ser um bom líder para aquela pessoa. Lembre-se que a história de cada um reflete diretamente em como cada um reage à determinadas situações.
Mas, a verdade é que ninguém é difícil por “padrão”. Ninguém vem de fábrica sendo uma pessoa difícil. Muitas vezes – e isso não é difícil – estes profissionais possuem competências importantes e que, certamente, fazem a diferença no time. Trabalhá-los com calma e paciência pode ser muito benéfico. Pode ser que algo tenha mudado, as ambições tenho se alterado, talvez as relações de trabalho desta pessoa com os colegas não seja mais a mesma, quem sabe possam existir frustrações não expostas. Por este motivo, ter uma conversa limpa, franca, transparente e sem rodeios pode ser a melhor decisão e a melhor maneira para se entender o que está acontecendo.
Que tal começar com a pergunta crucial?
“Como eu posso ser um bom líder para você?”
ou
“Como eu posso ajudar você durante a minha liderança?”
2. Aprenda a confiar (confiar de verdade)
Não adianta, relações são criadas tendo a confiança como base. Se você não confia em alguém, como manter uma relação saudável e que você consiga delegar funções, permitindo o crescimento da outra pessoa? Pense nisso! Geralmente, quando alguém não confia em você, pode acabar lhe desafiando em diversos momentos. São testes! Testes para verificar se você suporta e se merece a confiança. Mas, você como líder precisa saber levar esta situação e lidar com ela da melhor maneira possível. Lembre-se que você precisa ser um líder influente e não a pessoa que vai mudar as atitudes de outros a força. O escritor Dale Carnegie, por exemplo, conta em seus trabalhos que é importante saber influenciar e dialogar. Um dos seus livros, o “Como fazer amigos e Influenciar pessoas”, é um clássico da liderança de influência.
3. Ambiente positivo
Lembre-se que “diminuir” o outro, ressaltar seus pontos de melhorias o tempo inteiro, não é a melhor maneira de adquirir a confiança de alguém. Ao se atentar que você está buscando obter uma melhor gestão, em meio a colaboradores difíceis, é preciso elogiar e ressaltar pontos positivos e acertos. Pense em como você fica ao receber um feedback positivo. É bom demais, não é? A percepção que você tem sobre a pessoa que aplicou o feedback muda para melhor. Lembre-se que todas as pessoas, sem exceção, possuem ego. Quem é elogiado uma vez, quer ser elogiado sempre.
Você também pode tentar extrair dos colaboradores que apresentarem um perfil mais difícil de controlar as características que ela pensa apresentar no trabalho e aproveitar para elogiar e ressaltá-las sempre que possível – se for verdade, claro. Mostre como ela é importante para a empresa e valorize seu colaborador. Aproveite e lembre que quando você mantém a sua mente voltada para o positivo, todo o astral muda e as pessoas sentem isso.
4. É preciso controlar o ambiente
Nem sempre é possível fazer com que pessoas difíceis estejam do seu lado e convergindo com o seu jeito de liderar. Existem situações que fogem das nossa possibilidades e é preciso firmeza. Quando ser paciente e quando se tenta ter um diálogo franco não é eficaz, é preciso mudar o seu estilo de liderança. Manter o controle no ambiente de trabalho é fazer com que tudo ocorra dentro dos termos da liderança, dentro dos pilares e valores da empresa, dentro de uma linha de trabalho que é esperada pela companhia..
Em uma conversa de feedback, por exemplo, é preciso que você, líder, tenha muito claro o que vai falar. Suas ponderações precisam estar listadas e você precisa estar consciente das possíveis respostas, para que possa resolver o conflito de maneira calma, paciente e eficaz. Se perceber que perdeu o controle da situação, talvez seja necessário parar, reagendar a conversa, remarcar e refazer. Controle-se e controle a situação de maneira firme!
5. Pessoas são diferentes. Tá tudo bem!
Acontece! Muitas vezes as pessoas não lidam bem conosco e está tudo bem. Você consegue se recordar as pessoas com as quais gostou de trabalhar e as que não trabalharia novamente se pudesse escolher? A vida é assim! Às vezes lidamos melhores com alguns e não tão bem com outros. Ela pode ser legal com todo mundo, menos com você. Ela pode ajudar e fazer o que todos pedem, menos você. Mas, a culpa não é sua! É preciso se lembrar que algumas pessoas simplesmente não funcionam juntas. Isso é comum nas relações profissionais e até nas pessoais. Nestes casos, é preciso tomar uma decisão. Pedir opiniões de outros líderes, levantar prós e contras de manter o colaborador, por exemplo, podem ser atitudes que te ajudarão a decidir entre continuar com uma determinada pessoa na equipe ou não. Liderar não é sinônimo de solidão. Se estiver na dúvida de qual decisão tomar, depois de ter tentando reverter a situação de todas as formas possíveis, procure líderes que você confia e abra o jogo.
6. Colaboradores que choram
Esse é um momento difícil para líderes. Imagine que em um feedback mais “firme” o colaborador começa a chorar. Isso geralmente ocorre com pessoas que tendem a ser mais emocionais. O choro é um sinal de humanidade e pode revelar situações. No choro e na raiva somos capazes de expor verdade que não diríamos em outra situação e você pode aproveitar isso para controlar a situação e mudar o rumo da história.
Lembre-se que o objetivo na conversa é controlar a situação. Se um colaborador começa a chorar em meio a um feedback por exemplo, tenha empatia. Acalme o colaborador e mude o horário da conversa. Espere ele se acalmar e depois aplique o feedback necessário. Desta maneira, você mostrará que é um líder humano e que se preocupa com o outro, mas que precisa fazer o seu papel.
7. Quem com ferro fere…
Mude este argumento. Essa ideia de “quem com ferro fere, com ferro será ferido” é ultrapassado. Não aplique mais raiva, onde já está recheado de raiva. Liderar pessoas é ter autocontrole, é se conhecer o suficiente para saber como se esquivar destas situações. Se perceber que em uma discussão está usando palavras pesadas, gritos e ofensas, pare. Você está falhando no objetivo de controlar a situação e pode estar cometendo um grande erro como líder.
O que achou deste artigo? Ele certamente poderá te ajudar em diversas situações. Aproveite para compartilhá-lo com líderes que podem estar precisando destas dicas e faça eco na vida das pessoas. Comunicar com amor e empatia, certamente é comunicar melhor. Até a próxima semana!